Existem grandes desafios em conjugar a ética e o avanço da tecnologia. Principalmente pelo fato de que essa última, ao ingressar cada vez mais no mundo real, acaba por bater de frente com alguns valores morais, sociais e por vezes até criminais.
Os padrões éticos que construímos partem muito dos preceitos e concepções sociais do “espaço tempo” reais. A tecnologia, que até agora facilitou nossa vida em sociedade, também trouxe implicações prejudiciais que conflitam com nossas questões éticas. O preconceito praticado à distância, a invasão de privacidade e até mesmo experimentos feitos em humanos.
Uma simples pesquisa na internet já é capaz de trazer histórias e informações que chocam, e isso, mergulhando apenas na “surface web”. Se falarmos no caso da “Deep Web” temos um problema ainda maior em nossas mãos.
A TECNOLOGIA OFFLINE
Acima, problematizamos apenas a “tecnologia online”, mas também existem sérios problemas envolvendo a tecnologia morta, ou a “off-line”. Lembramos aqui o caso da torneira por infravermelho, que em 2016 causou muita polêmica na internet por não reconhecer a mão de pessoas de pele negra, apenas pessoas caucasianas ou mais claras.
Esse é um dos vários exemplos onde a tecnologia, que deveria ser democrática e de acesso geral, é segregadora.
COMO FAZER DA TECNOLOGIA ALGO MAIS DEMOCRÁTICO E ÉTICO?
Ainda que presente em quase todos os itens de nosso dia a dia, graças à “Internet das coisas”, ainda não existem muitos meios reguladores da tecnologia em si, fazendo com que essas questões éticas passem quase que despercebidas.
A legislação não tem a capacidade de acompanhar a velocidade do avanço tecnológico. Ainda que tenhamos criado o Marco Civil da Internet por exemplo, este já se vê obsoleto, diante dos novos desdobrares que existem dentro da internet e dos aparelhos tecnológicos.
Outro ponto também é que, por conta da falta de delimitação nacional e internacional, uma legislação “quebrada” e dissociada não tem tanto efeito. O próprio Direito Internacional e os princípios éticos ligados ao mesmo caem por terra.
Por termos criado um verdadeiro universo virtual novo, cabe a nós agora, enquanto sociedade, criarmos também um meio regulatório universal para ocorrências online.