A educação pública de nosso país, em fato, já se encontra sucateada. E corrigir isto é um desafio que cai nas mãos do atual ministro da educação e de seus secretários. O ponto é que: perante o corte de verba das universidades, o futuro de nossa educação fica enturvecido.
O congelamento que bloqueou cerca de R$ 1.7 bi dos gastos das universidades, inflamou os ânimos de diversos cidadãos, que inclusive foram às ruas reclamar do boicote ao ensino público. Afetando o orçamento de 63 universidades e 38 institutos federais, tal abordagem põe em xeque o próprio futuro da educação como um todo em nosso país.
UMA DIMINUIÇÃO NOS GASTOS OBRIGATÓRIOS E ESTRUTURAIS?
As despesas obrigatórias das universidades se mantiveram intocadas, isto é fato. Portanto, os salários de funcionários aposentados, atuantes e outros de vínculo direto, foram mantidos. Entretanto, os gastos discricionários (como o custeio com as contas de luz, água, bolsas acadêmicas, compra de equipamentos e pagamento de funcionários terceirizados) foram cortados em quase 25%.
Esse passo, que tem sido visto e reconhecido como um verdadeiro sucateamento de nossa rede de ensino pública, tem previsões péssimas para o futuro de nossa educação como um todo.
Isso, somado a alteração na forma de nomeação dos reitores de universidades públicas, faz com que os centros, ora vinculados ao aprendizado e a troca de conhecimento, sejam transformados em setores sem vida e individualidade.
Com temor, os reitores e pró-reitores de universidades se manifestam:
“A maior parte dos estudantes vem de famílias com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo. É a chance de vida deles. Em Caruaru e em Vitória, no interior, haveria uma perda ainda maior”, diz o pró-reitor da UFPE em entrevista.
O bloqueio da verba afeta ainda os contratos de higienização e esterilização de equipamentos de cirurgia dos hospitais universitários e outros centros de atenção ao público.